Liberdade: As contradições entre expressão e informação.
Vivemos a era das tecnologias de ponta, de softwares avançados, da globalização que transformou o mundo em uma aldeia global. Das distâncias encurtadas, enquanto quem esta próximo fica cada vez mais distante. A despeito disso, algumas dúvidas e medos persistem. Sentimos necessidade de repetir todo o tempo que somos livres para expressar opiniões. Como se a repetição fosse vital para confirmar esta suposição. Os veículos midiáticos, o Estado, fazem questão de enfatizar isso, mas, a realidade é bem menos atraente. Temos sim liberdade, mas de informação, e não de expressão.
Criamos esta falsa ilusão, alentados pelos mecanismos de poder que regem a sociedade, até porque, o pleno poder só pode ser exercido criando- se falsas concessões de liberdade. É interessante para eles que acreditemos nesta idéia, porque desta forma somos facilmente controlados, seja pela banalização da violência, que prende os seres humanos dentro do próprio medo, ou por outros padrões ditados pela estética, pela burocracia, pelo que é considerado normal e aceitável.
Não somos livres. As informações chegam até nos, como torrentes através de sites, revistas, jornais, televisão etc. Influenciam, norteiam o pensamento de forma que as pessoas tenham a impressão que pensam por si mesmas. É a ideologia dominante em ação. E embora, diferentes classes tenham diferentes ideologias, sempre há uma dominante, isto é, a da classe dominante. Marx já dizia na "Ideologia Alemã", que ela não pode ser separada da questão política da dominação. Conduzindo-nos a falsa consciência, a uma realidade ilusória. Partindo deste pressuposto, não pensamos, muito menos verbalizamos idéias originais, tudo que dizemos e fazemos, já foi dito ou feito por outro. Vivemos em um circulo vicioso, repetindo as mesmas coisas. Não há originalidade em nada.
O pensador Francês Michael Foucault disse certa vez "Fabricam-se indivíduos submissos e se constitui sobre eles um saber em que se possa confiar". Somos vigiados, manipulados, cerceados de nossos direitos individuais e vitais a condição humana. O Estado encontra formas de conduzir as ações dos cidadãos, com seu consentimento. Porque não percebemos que vivemos em um mundo autoritário e desigual. A alienação mental que a maioria das pessoas esta sujeita, propicia esta situação, e o papel daqueles que deveriam ser formadores de opinião, é ampliar, disseminar cada vez mais idéias que criem indivíduos menos críticos. As informações vêm prontas, digeridas, e ao telespectador, leitor e afins cabe apenas o papel de ouvir e aceitar como verdadeiras. A própria Democracia é uma forma de manipulação, porém, abster- se de votar, não é uma atitude inteligente, outros decidirão por você. O que dizer da Venezuela de Hugo Chaves, eles tem eleições, mas isso não significa que os direitos dos cidadãos são respeitados, que a liberdade é zelada como princípio Maximo do ser humano.
Se existe liberdade de expressão por que não podemos dizer o que pensamos sem ser punidos? Sem correr o risco de impetrarem contra nos uma ação judicial? Arrisco dizer, que "em nenhum momento da história deste país" (parafraseando o Presidente Lula, embora ele use a frase para expressar opiniões positiva), tivemos liberdade ampla e irrestrita, e os fatos estão por toda parte para confirmar esta suspeita.
De fato, "liberdade", talvez seja apenas uma expressão bonita, uma utopia, pela qual precisamos lutar, para justificar nossa existência.
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