Para os adeptos a legalização, evitaria a prática clandestina, coisa que ocorre bastante. Prova disso, são os casos mais conhecidos e noticiados pela mídia, ocorridos em São Paulo, Rio de Janeiro e mais atualmente no interior do Paraná.
Em uma publicação "vidas em revista", de 08 de março de 2004, o cirurgião, Carlos Alberto de Castro Cotti, admite para a reportagem, ter realizado várias eutanásias em São Paulo, algumas segundo ele, involuntárias desde o ano de 1959, data do primeiro caso.
1º Relato. 1959. Paciente com icterícia, recebia alimentação artificialmente. Tinha dores e recebia morfina. Segundo o cirurgião, "era um absurdo mante - lo vivo naquelas condições".
2º relato. 1964. Paciente com metástases cerebrais, pulmonares e intestinais generalizadas. Quando as metástases ósseas o atingiram a dor era "violenta".
3º relato. Sem data especificada. Paciente com carcinomatose, com bloqueio de rim. "Foi muito triste porque era meu amigo, tinha 52 ou 54 anos" Diz o cirurgião.
4º relato. Sem data especificada. Paciente, com idade entre 65 e 68 anos, operada quatro vezes em dois anos. Tinha 70 quilos, após a quarta cirurgia, quando teve uma perfuração intestinal devido a carcinoma, teve uma peritonite, chegando a vinte e cinco quilos. Foi solicitada uma injeção de M1 (solução a base de fenergan, morfina e outras substâncias) na paciente. Feito na residência dela, com consentimento dos filhos. Quando a repórter perguntou se a paciente sabia e havia concordado com o procedimento. A resposta foi: ' Ela sabia que não podia mais ser operada, mas não sabia que ia receber o "M1". A família decidiu abreviar sua vida.
Os casos ocorridos no Rio de Janeiro também foram descobertos em entrevista concedidos a publicação "vidas em revista", no mesmo ano e publicação dos casos de São Paulo. Realizados no Hospital Salgado Filho, pelo auxiliar de enfermagem Edson Isidoro Guimarães, em 1999. A justificativa foi à compaixão, para aliviar o sofrimento dos pacientes. Ele usava injeção de cloreto de potássio ou desligava os equipamentos que forneciam oxigênio aos pacientes. Foram apuradas 153 ocorrências em seus plantões, com as mortes entre as duas e quatro horas da manhã. Destas mortes ele assumiu e foram comprovadas apenas quatro. O auxiliar foi condenado a 76 anos de prisão, em 19 de fevereiro de 2000. Mas com as constantes reduções de pena irá cumprir 31 anos e oito messes. Foi apurado ainda que houvesse participação de funerárias no esquema, que pagavam entre 40 e 60 dólares americanos por paciente encaminhado.
Outro caso nacionalmente conhecido é o do médico Ítalo Fernando Fumagalli, ocorrido na cidade de Marechal Candido Rondon, no Paraná. O processo criminal em que o médico e as enfermeiras Ângela Simoni Reis e Melani Heinrich Lohmann, figuram como réus, foi iniciado no ano de 1991, de acordo com a denuncia pelo menos três pacientes em fase terminal teriam sido vitimas do médico que também é proprietário do hospital. Cloreto de potássio era aplicado nos pacientes que, logo depois, morriam de parada cardíaca e respiratória. Ainda segundo denuncias o procedimento ocorria tendo em vista o alto custo das internações. Fumagalli foi indiciado por homicídio qualificado, a pena varia de 12 a 20 anos de prisão. Entretanto, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, suspendeu por prazo indeterminado, o julgamento. Para o conselho regional de saúde o caso esta arquivado há dez anos, quando o médico foi julgado e absolvido das acusações.
Recentemente, um apresentador da BBC de Londres foi preso após ter revelado em um programa de TV que sufocou seu ex-parceiro que sofria de Aids para poupá-lo de uma dor terrível. Ray Gosling, de 70 anos, contou aos telespectadores do programa Inside Out que tinha um pacto com seu parceiro, cujo nome não revelou, de por fim a vida dele caso a dor da doença se tornasse insuportável e não houvesse mais esperança de tratamento. O caso coloca novamente a Eutanásia no centro das discussões. Assim como, no caso de Ray Gosling, na Alemanha no ano de 1984, o medico Wilhelm Rasche, praticou Eutanásia durante 35 anos sem que seus amigos nem a polícia desconfiassem. Segundo ele foram mais de 700 pacientes que estavam desenganados, e o caso só foi descoberto por que ele admitiu a prática durante uma entrevista ao Jornal Bild. "Todos os pacientes que ajudei eram incuráveis e tinham doenças monstruosas" declarou ele na época.
Nos Estados Unidos na década de 90, quando no Brasil a polemica girava em torno do Dr. Fumagali no Paraná, os holofotes eram para Jack Kervorkian, também conhecido como Dr. Morte, ele ajudou 48 pessoas a morrerem, mas ficou conhecido ao assumir a participação na morte de Thomas Hyde, rapaz de trinta anos que sofria de esclerosa múltipla, Kervorkian colocou o paciente em sua Kombi, prendeu no seu rosto uma máscara ligada a um cilindro de gás e atou sua mão direita a um fio preso a um grampo que bloqueava o fluxo de ar. Ao soltar o fio e liberar o veneno, Hyde morreu em 20 minutos.
Em 2005, a americana Terri Schiavo, 41 anos, há 15 em estado vegetativo vivia o mesmo drama. O impasse girava em torno de uma batalha judicial movida pelos pais dela, que eram contra a suspensão de auxilio médico, e o marido, guardião legal que pedia pela Eutanásia. Como se não bastasse à disputa familiar, o caso de Terri virou bandeira para grupos que apóiam e repudiam a prática, Indo parar na esfera política. Os parlamentares Republicanos e o então presidente George W, Bush se mostraram pessoalmente empenhados em salvar a vida de Terri pata agradar seus eleitores. No mesmo ano, dois outros casos chamaram a atenção da mídia internacional. O primeiro se referia a uma família holandesa que pediu para que os médicos interrompessem a vida de sua filha recém - nascida, prática esta que ainda não era permitida pela legislação do país. O segundo foi protagonizado por médicos americanos da cidade de Nova Orleans que foram denunciados após terem praticado eutanásia em pacientes que foram vitimas do Furacão Katrina. Segundo eles, os doentes não teriam condições de sobreviver até a chegada do socorro.
Legalizada ou não, o fato é que a prática vem acontecendo ao longo da história da humanidade, justificada por motivos de compaixão a fim de evitar uma morte lenta e dolorosa.
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