Os entrevistados foram divididos em grupos. Profissionais liberais, da área de saúde fisica e mental, lideres reliosos e por fim um grupo de Terceira Idade. Para protege- los não transcreveremos as entrevistas aqui, apenas a conclusão do grupo.

Observou -se  que diante da experiência de vida das pessoas acima de 55 anos, houve uma unanimidade quanto à aceitação da morte como algo inevitável e inerente a vida. Logo, as opiniões não divergiram em momento algum, sendo o resultado favorável a Eutanásia e Ortotanásia. Todos concordam também com a falta de informações e o papel da mídia que tem ficado em segundo plano, ou inexiste.

Partindo das respostas, e feitas às devidas comparações entre os entrevistados. Chegou- se a conclusão que as opiniões divergem de acordo com o cargo ou a classe social que estas pessoas ocupam na sociedade. O nível de conhecimento sobre o tema também se mostrou preponderante. Aqueles que conhecem menos (3º idade) aposentados e dispostos apenas a aproveitar o tempo que lhes restam, se mostraram abertos ao dialogo e favoráveis. Enquanto, profissionais liberais tiveram opiniões diferentes. Alguns defendem o direito a vida como concernente ao direito a morte digna. Outros acreditam que em hipótese alguma a Eutanásia deva aplicada em uma pessoa. Todos usam a evolução da medicina como justificativa, entretanto há uma predominância do direito a escolha. "O direito de matar e o direito de morrer". Observou - se que neste grupo há o pensamento de que a prática da Eutanásia é algo hediondo aliado a figura de doente terminal e incapaz de pensar por si próprio. Isso causado pela falta de informações e desumanização daqueles que optam por este fim.

Já no tocante aos que desenvolvem trabalho na área da saúde, seja ela mental (Psicólogos) ou física (médicos), se mostraram desconfortáveis com o tema. A postura foi de isenção. Como se quisessem dizer. "Se for legalizada concordo, mas por hora prefiro me abster". (grifo nosso). O fato de desenvolverem atividades que trabalham com o ser humano, a reputação a zelar, ou no caso de médicos o medo de serem acusados de praticarem Eutanásia, caso um paciente morra em suas mãos, fez com que de acordo com a análise feita, do comportamento e das reações diante das perguntas, levasse a esta conclusão. Há uma preocupação em mostrar-se totalmente contrário.

Quanto à dualidade da Igreja "inferno versus céu". O que se notou é que todas as religiões, independente do nome que cada uma tenha, concordam com o direito supremo a vida. Defendem a direito irrestrito de apenas Deus tirar a vida de suas criaturas. Embora, esta dualidade exista apenas para a Igreja Católica. Espíritas, testemunhas de Jeová e outros acreditam em outras vidas. Para os espíritas o corpo reencarna várias vezes até atingir a perfeição. As testemunhas de Jeová acreditam no Armagedom, o fim do mundo que esta próximo, segundo eles, e que Deus já tem seus escolhidos. Isto é, aqueles que vivem segundo o que pregam como verdade. Sendo que para estes últimos, eles são a única religião verdadeira, a escolhida por Jeová.

Será preciso um longo caminho para humanizar a questão da Eutanásia no Brasil. As religiões continuarão sendo ferrenhas opositoras deste ideal, incutindo idéias que disseminam o pânico e o medo na mente dos mais crédulos. O papel dos veículos de comunicação como propagadores da informação e formadores de opinião também deve ser repensado, visto que não cumpre seu papel nesta questão.

 O fundamental seria que as pessoas se mostrassem abertas para conhecer os prós e contras antes de formarem uma opinião. É preciso desmitificar a aura "monstruosa" que acompanha o pensamento destes em relação à prática. Vê-la como um direito vital a condição humana.